TEM 28 ANOS E ESTÁ À FRENTE DOS DESTINOS DO CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS DE DANBURY
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
O Centro Cultural Português de Danbury, no estado de Connecticut, elegeu no passado mês de Setembro aquele que a história da dinâmica colectividade irá lembrar um dia como um dos seus presidentes mais jovens. André Magro, de 28 anos e natural de New Rochelle, NY, poderá vir a comandar os destinos da agremiação da Sand Pit Road até 2022 – se tudo correr conforme o que está planeado.
“Esse é o foco da nossa direcção”, afirma Magro, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Temos as portas abertas à juventude e estamos receptíveis a ideias novas, à criação de eventos e espaços onde todos os nossos associados se sintam confortáveis”.
André viveu em Mount Vernon até aos 7 anos de idade, altura em que a família se muda para Brewster, nos arredores de Danbury; a mãe é imigrante de Senhora da Hora, no concelho de Matosinhos, e o pai nasceu em Tourém, Montalegre.
Ciente dos (muitos) desafios que o aguardam, André Magro formou uma direcção onde os mais novos se juntam aos mais experientes: André Morais é vice-presidente, Marco Violante tesoureiro e Rúben Morais secretário; Manuel Henriques e Luís Fernandes são vogais, Al Almeida tem a secção de sócios a seu cargo e Kevin Malta assumiu o desporto.
O luso-descendente disse ter percebido poder mudar a dinâmica do Centro durante “os meses em que estivemos encerrados, no pico da pandemia, altura em que tinha a chefia do bar por minha conta”, adianta. “Cheguei à conclusão que se podiam implementar novas directrizes para colocar o Centro a caminho da continuidade, não da extinção”.
O presidente aplaude a amálgama de idades no elenco directivo: “Temos todos a mesma energia e estamos determinados não só a fazer tudo para que o Centro mantenha as portas abertas, mas igualmente para que aumenta a frequência dos seus sócios”.
Magro diz que as mudanças têm de começar na cozinha, que considera o coração da casa. “O Centro não passa de um estabelecimento hospitaleiro e, como tal, a cozinha tem de ser consistente e proporcionar gastronomia de qualidade”, aponta. “O serviço é outra componente a ter em atenção: há que trabalhar em equipa e fazer com que os nossos clientes cheguem a um nível de satisfação elevado”.
A pandemia veio impor medidas de contenção; Magro viu-se obrigado a reduzir a folha de pagamentos ao estritamente necessário e tem estado a cortar despesas “em certas áreas não-essenciais”.
As despesas mensais do Centro “são avultadas e por vezes assustadoras, sobretudo se balanceadas com o movimento que agora se regista – muito reduzido por causa da COVID. As pessoas ainda têm receio de sair de casa e o certo é que tem sempre de haver fundos disponíveis para manter esta estrutura de pé”.
O C.C.P. chegou a ter mais de mil sócios, agora andar-se-á pela margem dos 400 aos 600, diz o presidente.
O voluntário luso-americano sublinha que cabe à sua geração salvar o movimento associativo. “Está tudo nas nossas mãos”, afirma. “Peço aos jovens como eu que se lembrem da importância que os nossos clubes tiveram nas suas infâncias, para a sua afirmação como luso-descendentes, e que pensem na falta que lhes poderá fazer aos seus próprios filhos”.
A fórmula para a captação da juventude passa “pela aposta na gastronomia e na promoção de eventos culturais e recreativos com que se possa identificar”, palpita. “Podemos muito bem passar pelo processo de integração na sociedade americana sem nos esquecermos de onde viemos”.