TENENTE PAUL SANTOS É O LUSO-AMERICANO COM A MAIS ALTA PATENTE NA POLÍCIA DE ELIZABETH, NJ

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Aos 52 anos de idade, o tenente Paul Santos é o luso-americano com a mais alta patente ao serviço da Polícia de Elizabeth, no estado de New Jersey. À espera da promoção a capitão, Santos é, por ora, responsável pela divisão de patrulha naquele departamento de segurança pública – tendo a seu cargo a distribuição das horas de trabalho dos agentes, a revisão das ordens de prisão e a supervisão da área de detenção na esquadra principal – “entre outras tarefas dessa natureza”, explica, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO.

Paul Santos nasceu em Elizabeth, filho de emigrantes de Ovar que, em Agosto de 1968 – três meses antes de ter nascido – se radicaram na América. Estava já no Roselle Catholic High School quando primeiro pensou na carreira policial, “por considerar uma actividade nobre e respeitável.” Quando se matricula na Seton Hall University, já vai com  intenção de se formar em criminologia; depois de ter obtido o respectivo canudo, recebe treino na academia de polícia em Scotch Plains e em Janeiro de 1992 torna-se agente.

“Nessa altura, fazíamos patrulha a pé, pelas ruas da cidade”, diz. “Lembro-me de ter estado anos na Elizabeth Avenue e na First, Second e Third Streets.”

Paul Santos também se lembra de, na altura, há 30 anos, “ser um dos poucos senão mesmo o único agente a falar português.”

Apesar de ter feito grande parte da carreira a trabalhar em turnos nocturnos, em 2005 é promovido a sargento e cinco anos depois sobe a tenente – um entre duas dezenas hoje ao serviço da Polícia de Elizabeth. “Espero em breve passar a ser um dos nossos 9 capitães”, nota.

Agora em turnos diurnos, o luso-descendente revela não se arrepender de ter trabalhado quase sempre à noite. “A minha mulher também é polícia e eu, durante o dia, ajudava a tomar conta dos nossos filhos”, observa.

O que nunca e perder no tempo foram as orogens portuguesas. “Com os meus pais falo praticamente quase sempre em português”, afirma. “Pode não ser perfeito, mas é o que é… Como ainda os tenho entre nós, os nossos feriados são o mais português possível, ou seja, em família alargada, sem faltar a boa comida portuguesa…”.