UM LUSO-AMERICANO NA REDACÇÃO DO MAIOR DIÁRIO DE NEW JERSEY

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Está nos quadros do maior diário de New Jersey, o ‘Star-Ledger’, detido pelo grupo NJ Advance Media, o jovem redactor de origem portuguesa Brian Fonseca, de 24 anos. Fonseca, que este ano obteve mesmo um prémio de jornalismo atribuído pela NJ Press Association, entrou para o ‘Star-Ledger’ em Maio de 2019 e também assina artigos no portal daquele diário norte-americano [www.nj.com].

“Fui para a Rutgers University, em New Brunswick, à espera de tirar contabilidade. Um semestre depois, estava convencido de que não queria nada com números e resolvi seguir jornalismo”, conta Fonseca, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Tive o apoio dos meus pais na escolha de carreira, que me disseram para fazer aquilo que me realizasse a nível profissional e onde fosse feliz. Trabalhei bastante nesse sentido e, depois da minha licenciatura, consegui arranjar emprego nesta área.”

Entre estágios e passagens temporárias por diferentes empregos, antes da chegada ao ‘Star-Ledger’, Brian Fonseca passou pelas redacções do ‘Newsday’ de Long Island, em Nova Iorque, ‘The Kearnian’, ‘Prost Amerika Soccer’, ‘Daily Targum’, ScarletReport.com, ‘SB Nation’ e ‘ScarletNation’ – “basicamente como repórter desportivo.”

É no nicho do desporto que Fonseca tem afirmado a sua voz como jornalista. “Sempre me interessei por desporto, passava os fins-de-semana a ver o futebol das ligas portuguesa, espanhola e inglesa”, conta. “Lia os jornais portugueses, inclusive o ‘Luso-Americano’, quando os meus pais o traziam para casa, e foi desse interesse que vim a aprimorar o português – apesar de também ter andado na escola portuguesa de Kearny e de falar o idioma em casa com os meus pais.”

O diário de New Jersey, de cujo grupo fazem ainda parte o ‘Jersey Journal’ e o ‘Times of Trenton’, para além de todas as plataformas digitais associadas, tem presentemente uma tiragem diária de cerca de 115 mil exemplares, muito embora a edição de domingo seja substancialmente maior. O jornal recua ao ano de 1832, quando foi criado com o nome ‘Newark Daily Advertiser’, passando mais tarde à actual designação.

A entrevistar o basquetebolista Corey Sanders, a na altura da Rutgers, que iria alinhar pelo Oliveirense de Portugal e agora joga na Itália

🌐FAZ A COBERTURA DE DESPORTO UNIVERSITÁRIO E PROFISSIONAL

Como redactor desportivo, Brian Fonseca cobriu já jogos das grandes equipas da zona metropolitana de Nova Iorque – dos ‘Giants’ aos ‘Jets’, passando pelos ‘Yankees’ e os ‘Devils’, muito embora considere o seu foco mais centrado na área do desporto universitário da Rutgers. Não raras vezes, contudo, assina artigos ou notícias ligadas ao futebol – “apesar de o ‘Star-Ledger’ priorizar outras modalidades. Como repórter no terreno, também entrevisto figuras desportivas e ando à caça de furos jornalísticos.”

Quando o Benfica defrontou a italiana Fiorentina, em 2019, foi a Brian Fonseca que coube a tarefa de cobertura da partida.

🌐AS ORIGENS PORTUGUESAS E O PAPEL DO JORNALISMO

Brian nasceu em Newark, NJ, filho de emigrantes de Girabolhos-Seia (Serra da Estrela), o pai, e Vila Nova de Cerveira (Minho), a mãe. Completou o liceu em Kearny, onde, aliás, tem passado grande parte da vida. A sua entrada para o jornalismo coincide com toda uma nova era no sector, quando a transição do papel para o digital está praticamente implementada a nível mundial.

O luso-americano defende que o jornalismo deve continuar a ter um papel activo, seja no formato em papel, seja no digital. “Foi e deve continuar a ser um espelho da sociedade, revelando os seus aspectos positivos e negativos. Através do jornalismo de investigação, por exemplo, há que apontar os abusos de poder de quem está em cargos decisórios e desmascarar quem abusa do sistema. Na minha óptica, essa é a vertente do jornalismo com mais impacto e força, capaz de contribuir para uma sociedade mais justa.”

Fonseca, que prefere não fazer planos a longo prazo no que à carreira diz respeito (“só pretendo continuar a evoluir naquilo que faço”), reconhece que os pais não escondem o orgulho ao verem o seu nome impresso nas folhas de jornal ou a ilustrar um artigo digital. “Eles têm-me manifestado isso e continuam a apoiar-me, o que, a mim, também me faz querer superar-me ainda mais.”

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