UM PORTUGUÊS NA FORÇA DE INTERVENÇÃO RÁPIDA DA POLÍCIA DE ELIZABETH, NJ

 

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Quando se matriculou na Rutgers University, no estado de New Jersey, Paulo Pereira tinha em mente tirar Engenharia. “A meio do curso estava tão aborrecido, que acabei por mudar para Criminologia”, conta o luso-americano de 41 anos de idade, um dos mais novos sargentos nas fileiras da Polícia de Elizabeth. “Queria algo com mais dinâmica e acção e descobri isso na actividade policial.”

Terminado o curso superior, entra, tinha apenas 21 anos, para agente da Polícia no Union County Sheriff’s Office, integrando uma unidade que se dedicava à captura de fugitivos da lei. “Estive lá três anos porque a Polícia de Elizabeth não estava a recrutar ninguém na altura, mas assim que tive uma oportunidade, voltei a fazer o teste de admissão ao serviço público e em 2005 fui contratado”, diz.

Paulo Pereira nasceu em Elizabeth, filho de emigrantes da freguesia de Parada de Gonta, concelho de Tondela. Criado nesta urbe do condado de Union, aqui fez também o liceu e frequentou o meio comunitário luso. “Tendo pais portugueses, íamos a Portugal quase todos os anos e ficávamos lá grandes temporadas durante o verão”, afirma.

Já na Polícia de Elizabeth, Paulo Pereira começa como quase todos os iniciantes na carreira – a fazer patrulha pelos bairros da cidade. Em 2008 consegue um lugar no grupo de intervenção rápida da Polícia de Elizabeth, conhecido pela sua sigla em inglês ESU (Emergency Service Unit), uma unidade de elite que responde a situações de emergência ou intervém em operações especiais.

“Como sargento na ESU, sou uma espécie de líder do grupo – delineio os planos de acção e distribuo tarefas e responsabilidades”, explica.

Noutros departamentos de polícia com o nome SWAT, a ESU de Elizabeth conta com 32 elementos – entre eles um tenente e cinco sargentos. Para além de Pereira, integram-na ainda dois outros agentes luso-descendentes: Mike Barros e Orlando Barros.

Apesar de ser uma força de intervenção rápida, Paulo Pereira não considera a ESU consideravelmente mais arriscada que o restante da actividade policial. “Embora ache que qualquer tarefa na polícia seja sempre de risco, a nossa acção na ESU é de risco calculado, uma vez que procuramos planear tudo da melhor forma. Não quer dizer que não possam surgir surpresas, mas creio que a fazer patrulha, por exemplo, ou mesmo na resposta a um incidente, se podem correr mais riscos.”