VARÍOLA DOS MACACOS: OMS prevê aparecimento de mais casos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta semana esperar que os casos de varíola dos macacos continuem a aparecer, uma doença que foi detectada nos últimos dez dias em 12 países.

O foco e rota de contágio ainda não foram estabelecidos.

“A situação está a evoluir de tal forma que a OMS acredita que haverá mais casos de varíola a serem identificados à medida que a vigilância for estendida em países que não são endémicos”, refere a nota epidemiológica da organização.

As informações actuais indicam que quem tem maior risco de contágio são aqueles que têm contacto físico próximo com alguém que está infectado e apresenta sintomas.

Num comunicado recente, a Organização Mundial da Saúde apelou às pessoas para se manterem informadas, através de fontes fiáveis, como as autoridades de saúde nacionais, sobre a extensão do surto na sua comunidade (se houver), sintomas e prevenção.

Advertiu ainda que a resposta à doença deve focar-se nas pessoas infectadas e nos seus contactos próximos e lembrou que “estigmatizar grupos de pessoas por causa de uma doença nunca é aceitável”.

“Pode ser uma barreira para acabar com um surto, pois pode impedir as pessoas de procurarem os cuidados de saúde, e levar a uma propagação não detectada”, alerta.

Portugal contabiliza 23 casos de infecção pelo vírus Monkeypox segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), que aguarda resultados relativamente a outras amostras.

Portugal foi o primeiro país a sequenciar o genoma do vírus Monkeypox, parente do vírus que causa a varíola e na origem de um recente surto que afecta vários países onde a infecção não é endémica.

A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), onde uma equipa de investigadores “foi a primeira a identificar a sequência genética do vírus Monkeypox”, em circulação em vários países, incluindo Portugal, onde foram detectados 37 casos.

Segundo o INSA, a sequenciação genética do vírus, endémico na África Ocidental e Central, “poderá ser fundamental para compreender a origem do surto e as causas para a rápida disseminação da doença”, que é rara.