Vice-Presidente do Parlamento Europeu e seus familiares vêem bens confiscados na Grécia

A Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega confiscou esta segunda-feira os bens (imóveis, contas bancárias, empresas) no país da vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Helena Eva Kaili, e dos seus familiares mais próximos.

Kaili, atualmente detida, está envolvida num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à celebração do Mundial de futebol naquele país.

Um juiz belga decidiu no domingo acusá-la juntamente com outras três pessoas – incluindo o seu companheiro, o italiano Francesco Giorgi- pelo crime de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção.

A apreensão dos bens de Kaili e dos dos seus familiares mais próximos na Grécia foi ordenada pelo chefe da Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais e procurador adjunto da Supremo Tribunal grego, Jaralabos Vurliotis, com a justifição de que é possível que sejam provenientes de atividades ilegais.

O pai de Kaili também esteve envolvido no caso, já que na sexta-feira a polícia o deteve em flagrante num hotel com um saco com 600 mil euros em dinheiro, com o qual pretendia fugir.

Segundo os meios de comunicação gregos, outros 150.000 euros foram encontrados em malas numa busca realizada na casa de Kaili em Bruxelas.

Os socialistas do Parlamento Europeu decidiram no sábado suspender Kaili do grupo parlamentar, enquanto as suas funções como vice-presidente foram suspensas pela presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola.

A ordem de confisco já foi comunicada às instituições bancárias gregas e também às autoridades estatais competentes.

A presidente da Comissão Europeia admitiu segunda-feira, que as alegações de corrupção contra a vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili são “muito graves” e defendeu a criação de um órgão independente de ética aplicável a todas as instituições europeias.

“As alegações contra a vice-presidente do Parlamento Europeu suscitam a maior preocupação, são muito graves. Está em causa a confiança das pessoas nas nossas instituições. E esta confiança nas nossas instituições exige elevados padrões de independência e integridade”, começou por declarar Ursula Von der Leyen, quando questionada sobre o assunto durante uma conferência de imprensa na sede da Comissão, em Bruxelas.