Ministro russo usa reunião do Conselho de Segurança da ONU para acusar Estados Unidos de ter projecto empresarial na Ucrânia
Quase 50 países, Portugal incluído, denunciaram a “hipocrisia” da Rússia em convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para se queixar da transferência de armas do Ocidente para a Ucrânia. Um mo- mento que foi aproveitado pelo chefe da diplomacia russo para acusar os Estados Unidos de usarem o país invadido por Moscovo como plataforma para um “projecto comercial”.
“Noventa por cento do orçamento militar que es- tá a ser dado pelos EUA ao regime de Kiev permanece nos EUA e é usado para desenvolver a indústria militar do país e para actualizar o armamento norte-americano. O velho lixo está a ser usado na Ucrânia”, disse Lavrov na sede da ONU, em Nova Iorque, enquanto acusava também os norte-americanos de comprar fábricas, empresas e terras, e mostrou preocupação ambiental ao denunciar que terras de cultivo vão ser usadas “para enterrar os resíduos da indústria química ocidental”.
Além da habitual retórica de que a “operação militar especial” não é contra a Ucrânia nem contra os seus cidadãos, mas contra o seu regime, pelo que não há lugar a conversações de paz com Zelensky, Lavrov dirigiu-se aos europeu dizendo que “é tempo para acordarem e compreenderem” que os EUA, com a ajuda de Zelensky, “não estão apenas a travar uma guerra contra a Rússia, mas também a cumprir a tarefa estratégica de enfraquecer fortemente a Europa enquanto concorrente económico”.
O discurso de Lavrov foi recebido com um comunicado de cerca de cinco dezenas de países no qual foi lembrado que as armas recebidas pela Ucrânia são um “direito inerente de autodefesa” enquanto, pelo contrário, o país invasor recebe armas de países sob sanções como a Coreia do Norte e o Irão.