ENFERMEIRA LUSO-AMERICANA SALVA VIDA DE MOTORISTA EM AUTO-ESTRADA DE BOSTON
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
Depois de um turno completo de trabalho como enfermeira nas emergências do Winchester Hospital, a luso-americana Alexa Sequeira conduzia terça-feira à noite pela auto-estrada 93 em Boston a caminho de casa quando depara com uma situação de polícia e emergência médica.
A jovem professional, que acaba de se formar em enfermagem pela George Washington University, não pensa duas vezes: abrandou a velocidade, abriu a janela do carro, apresentou-se como enfermeira e perguntou à polícia se precisavam de ajuda. “Sim, por favor”, foi a reposta.
No local do acidente estavam paramédicos da cidade de Boston e agentes da Massachusetts State Police, que tentavam desesperadamente reavivar o motorista do carro que tinha sofrido um acidente ao perder os sentidos depois de um desmaio ao volante.
“Tratou-se, na verdade, um extraordinário trabalho de equipa entre todos nós, passando-se tudo isto neste clima complicado de caos e pandemia em que estamos”, disse Alexa Sequeira ao jornal LUSO-AMERICANO. “Nas emergências, estamos treinados a verificar sempre em todas as pessoas se houve uma paragem cardíaca nestas situações. Cada um dos intervenientes tem uma missão específica e o importante é trabalharmos em conjunto. Embora o ambiente fosse certamente diferente, a polícia e eu fizemos exactamente isso. Fico muito contente por saber que o senhor está a recuperar.”
Com a ajuda de Sequeira, foi possível reavivar o motorista com exercícios de CPR e a intervenção de um desfibrilador automático externo.
O episódio foi notícia nos canais de TV e jornais de todo o país. Para Alexa, contudo, que já foi paramédica em Boston e decidiu seguir enfermagem para ajudar o semelhante, não passou de uma extensão do seu dia de trabalho – onde, agora, está em contacto com doentes de COVID-19 no hospital onde trabalha.
Alexa Sequeira nasceu em Ludlow, no seio de uma dinâmica comunidade lusa, e diz ser “100% portuguesa.” O pai, José Anselmo, nasceu na Guiné-Bissau, filho de portugueses de Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, para onde, aliás, a família regressou quando tinha 4 anos. A mãe, Yvette Salvador Anselmo, também é transmontana, mas de Oura, Chaves.
Os Anselmo são proprietários em Indian Orchard, MA de uma conhecida padaria luso-polaca, a ‘Chmura’s Bakery’.
“Tenho muito orgulho dela, embora não me surpreenda nada que tenha parado na rua para ajudar alguém em necessidade”, diz sua mãe, Yvette Salvador Anselmo, ao LUSO-AMERICANO. “É a sua natureza.”