Carnaval sem desfiles tradicionais na maior parte do país

A maioria dos desfiles oficiais de Carnaval portugueses foram cancelados, com alguns municípios a organizar programas alternativos, sendo excepções Figueira da Foz, que mantém os corsos, e Podence, onde os Caretos voltam à rua.

Já no resto do país a opção foi pelo cancelamento dos desfiles oficiais, ainda que alguns municípios, como Loures (Lisboa), organizem iniciativas para celebrar: dois bailes, a passagem de dois trios elétricos (camiões) pelo concelho e ainda o enterro do Carnaval, com fogo de artifício.

Em Sines (Setúbal), o Carnaval vai festejar-se durante oito dias marcados por concursos de máscaras, desfiles pelo centro histórico, arruadas, visitas às escolas, a “Noite da Matrafona” ou a “Caminhada do Pagode”, entre outras iniciativas.

Estarreja (Aveiro) substitui os corsos pela “Batalha das Flores”, uma antiga tradição que terá estado na origem do Carnaval local, este ano festejado também com concertos, espetáculos, oficinas, animação de rua, entre outras acções que envolvem a comunidade e os agentes económicos locais.

Em Loulé (Faro), um “programa alternativo” que decorre até quinta-feira visa manter o espírito ‘folião’ apesar do cancelamento do centenário desfile. Estão incluídos a exposição de carros alegóricos na via pública, um baile ‘online’ na segunda-feira, um mercadinho e um autocarro com animação a circular pelas ruas no domingo e na terça-feira.

Em Ovar (Aveiro), a celebração alternativa começou já há vários dias e prossegue na Praça das Galinhas, com a actuação de bandas tradicionais no coreto, e na Escola de Artes e Ofícios, com concertos.

Entre os municípios do país com forte tradição carnavalesca que este ano optaram por não organizar festejos encontra-se Arcos de Valdevez (Viana do Castelo), contam-se ainda a Mealhada (Aveiro), Mira (Coimbra), Torres Vedras (Lisboa) e a Nazaré (Leiria). Ainda assim, em Torres Vedras foi instalado na cidade o tradicional “Monumento ao Carnaval” e na Nazaré foi alargado o horário dos bares.

Na Madeira as festividades foram canceladas por o Governo Regional entender “não estarem reunidas as condições de segurança em termos de saúde pública” para que as 19 trupes que iriam desfilar no cortejo saíssem à rua.

Nos Açores, o Governo Regional não só não organiza como proibiu quaisquer festejos, celebrações ou eventos de natureza carnavalesca, para “não promover aglomerados, ajuntamentos ou comportamentos” que impeçam o “progressivo alívio” das restrições impostas para controlar a pandemia.