Eleita grande maioria dos candidatos de origem portuguesa na Califórnia

A vasta maioria dos Luso-Americanos candidataram-se a cargos que não têm filiação partidária, desde distritos escolares a autarcas. Dos 113 concorrentes há apenas uma eleição ainda sem resultados, a do luso- descendente David Valadão, filho de emigrantes da ilha Terceira que depois de perder as eleições em 2018, concorreu a novo mandato no Congresso Americano. [NOTA DA REDACÇÃO: como o LUSO- AMERICANO já noticiou, entretanto, o resultado desta eleição deu a vitória ao republicano David Valadão, que assim regressa a Washington, DC].

Dos 73 luso-americanos eleitos na Califórnia 48 forma eleitos na zona do vale de São Joaquim, que é uma das zonas menos populosas do estado, com cerca de 4,5 milhões habitantes num estado que ronda os 40 milhões de pessoas. Para além da dominância do designado vale de São Joaquim que apesar de ter apenas cerca de 14% da população deste colossal estado, é a região onde vive o maior número de californianos que se identificam como descendentes de portugueses com origens nos Açores. Dos 73 eleitos, apenas 15 forma do sexo feminino, ou seja menos de 20%, que para Diniz Borges é “uma preocupação uma vez que as mulheres representam pelo menos metade da comunidade e no estado há uma maior participação de mulheres na política,” acrescentando: “a CPAC está consciente dessa realidade e fará algum trabalho nesse sentido começando com a nomeação de mais mulheres para a atual direção da Coligação como forma de ouvir mais mulheres da nossa comunidade e traçarmos um plano para colmatar esta situação.”

■ A vasta maioria dos candidatos de origem portuguesa que concorreram a cargos públicos na Califórnia foram eleitos nestas eleições de 2020. Segundo Diniz Borges, presidente da Califórnia Portuguese-American Coalition (CPAC) dos 113 candidatos de origem portuguesa, quase todos com origens nos Açores, que concorreram a vários cargos locais, regionais, estatais e federais, 73 foram eleitos, o que significa sucesso em 65% dos casos.

Segundo a CPAC em breve serão conjugadas as listas dos eleitos deste ano, com os eleitos em 2018, que não tiveram de submeter-se a eleição deste ano para termos o número total de eleitos na Califórnia de ascendência portuguesa. Um trabalho, que para o atual presidente da Coligação é constante, “porque existem alguns com nomes americanos que é mais difícil detetar-se precisando-se de um trabalho constante feito pela direção desta organização e os seus colaboradores.” Saliente-se que o trabalho da CPAC é único na nossa comunidade dos EUA e deve-se ao investimento feito pela FLAD na coligação.

Entre alguns casos interessantes nota-se a eleição de Zachary Ramos que aos 19 anos havia concorrido para a Câmara Municipal de Gustine, uma das cidades californianas geminadas com Angra do Heroísmo nos Açores, e que agora com 21 anos foi eleito para a direção escolar dessa mesma cidade. O condado que Merced, onde vive forte uma comunidade açoriana, ficou com a proeza de ser o apenas o segundo dos cinquenta e dois condados da Califórnia com três dos seus cinco supervisores com raízes nos Açores: Josh Pedrozo, Lloyd Parreira e Scott Silveira. O outro condado é Kings County. O condado de Tulare, onde se situa a cidade com o mesmo nome, e a mais velha geminação açoriana com a cidade de Angra, elegeu pela primeira vez um supervisor com origens açorianas pelo lado materno. Larry (Melo) Micari, neto de uma família emigrante do Raminho da ilha Terceira, cuja avó materna Idalina Melo foi uma das figuras mais populares da rádio em língua portuguesa no centro da Califórnia.

A Coligação Luso- Americana da Califórnia (CPAC) foi estabelecida há 5 anos como apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) com o objetivo de criar uma rede entre os eleitos de origem portuguesa para defender os interesses da comunidade portuguesa da Califórnia, o estado com o maior número de imigrantes e luso-descendentes dos EUA, a vasta maioria com ligações aos Açores.