ESPECIALISTAS ALERTAM: Cerca de 90% dos AVC poderiam ter sido evitados

A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) associa-se à campanha internacional da World Stroke Organization (WSO), cujo mote é “Seja Melhor Que o AVC”, incentivando os profissionais de saúde a realizarem acções de sensibilização de forma a aumentar o conhecimento da população sobre os factores de risco para o AVC, sobretudo os modificáveis.

O Dia Mundial do AVC, que se assinalou no passado dia 29, é uma “oportunidade de reforçar a conscientização sobre o que é o acidente vascular cerebral, seus sinais e sintomas, quais os seus factores de risco, e formas de prevenção e tratamento”, explica Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para esta data.

Sendo o AVC a principal causa de morte e incapacidade em adultos, em Portugal, a educação pública torna-se fundamental para ajudar a população a reconhecer e agir adequadamente. 

“Datas claramente definidas permitem que haja um esforço concertado de organizações, profissionais de saúde e aliados para divulgar as mensagens-chave e aumentar o conhecimento geral da população sobre o acidente vascular cerebral”, afirma a especialista em neurologia.

É preciso aumentar o conhecimento da população sobre os factores de risco para o AVC, nomeadamente aqueles que podem ser modificados pelas próprias pessoas ao adoptarem estilos de vida saudáveis, com vista a reduzirem o seu risco individual.

Algo que “faz todo o sentido para a população portuguesa, porque vários destes factores de risco, como a hipertensão arterial, o tabagismo, a dieta pouco saudável e a falta de actividade física, são frequentes no nosso país, indicando que podemos fazer melhor na promoção de estilos de vida mais saudáveis”, refere Liliana Pereira.

Liliana  acrescenta ainda que “é verdade que Portugal enfrenta um envelhecimento da população, o que por si só está associado a um maior risco, e isso não pode ser mudado. Consequentemente, actuar sobre os factores de risco que podem ser prevenidos é crucial e a ideia de que uma parte significativa da prevenção está nas mãos de cada um de nós é relevante para todos”.