OMS: Vacinas da Covid-19 são eficazes contra nova variante Ómicron

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou ontem, terça-feira, que as vacinas são eficazes contra a nova variante Ómicron da covid-19, detectada na África do Sul, ao protegerem os infectados de doença grave.

“Não há razão para duvidar” de que as vacinas actuais protegem os doentes infectados com Ómicron contra formas graves de covid-19, indicou ontem o responsável pela resposta de emergência em saúde pública da OMS, Michael Ryan, numa entrevista à ‘France-Presse’.

“Temos vacinas muito eficazes que se mostram potentes contra todas as variantes até agora, em termos de gravidade da doença e hospitalização, e não há razão para acreditar que não seja o caso” com a Ómicron, disse Michael Ryan, frisando que se está no início de estudos de uma variante detectada apenas a 24 de Novembro e que desde então foi registada em cerca de 40 países.

Mais 15 mortes e 5.286 infecções em Portugal

Entretanto, Portugal regista hoje, quarta-feira, mais 15 mortes por covid-19 e mais 5.286 infecções com o vírus que provoca a doença, segundo os dados da Direcção-Geral da Saúde.

Estão hoje internadas 917 pessoas infectadas com o vírus SARS-Cov-2 (menos 19 do que na terça-feira), sendo que 138 delas estão em unidades de cuidados intensivos (mais cinco), segundo o relatório de hoje relativo à pandemia em Portugal da DGS.

Lisboa e Vale do Tejo são as regiões do país com mais novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas (1.796), seguindo-se o Norte (1.600), o Centro (1.315), o Algarve (338) e o Alentejo (122).

Das 15 mortes, cinco ocorreram no centro, quatro em Lisboa e Vale do Tejo, três no Algarve, duas no Norte e uma no Alentejo.

Variante Ómicron já identificada em 57 países

A variante Ómicron do vírus da covid-19 foi detectada até agora em 57 países, com a maioria dos casos analisados a serem assintomáticos ou ligeiros, segundo um relatório de hoje, quarta-feira, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O documento alerta, por outro lado, para a alta possibilidade de reinfecção de pessoas que já tiveram o vírus SARS-CoV-2 com esta variante.

Segundo a OMS, os 212 casos de Ómicron identificados na União Europeia, em 18 países, foram em pessoas que tiveram sintomas ligeiros da doença ou que eram mesmo assintomáticas.

Mas segundo a OMS, apesar desta variante nova provocar menos casos graves de covid-19 do que a variante Delta (que é actualmente predominante), pode fazer aumentar o número de internamentos e mortes se, como temem as autoridades, for mais contagiosa, causando, por isso, mais infecções.

Nos últimos 60 dias, dos 900 mil casos analisados pela rede global de laboratórios GISAID (umas das redes de análise do vírus da covid-19 com que trabalha a OMS), mais de 99% continuam a ser causados pela variante Delta e apenas 713 (0,1%) são Ómicron.

No entanto, numa semana, os casos de Ómicron detectados pela rede GISAID passaram de 14 para os actuais 713, segundo os dados da OMS, que publica semanalmente um relatório com o ponto da situação da pandemia da covid-19 no mundo.

A Ómicron, por outro lado, já supera os casos de outras variantes detectadas anteriormente, como a Alfa ou a Gama.

No relatório de hoje, a OMS cita as previsões do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças segundo as quais a Ómicron deverá passar a ser a variante dominante na União Europeia entre Janeiro e Março de 2022, dependendo do nível de transmissibilidade que acabar por ter.

A OMS destaca o aumento de casos em países do sul de África, a região onde a Ómicron foi identificada pela primeira vez.

Este aumento regista-se não apenas na África do Sul, onde os casos desta variante mais do que duplicaram numa semana (mais 111%), mas também no Essuatíni (antiga Suazilândia, onde o aumento foi de 1.990%), no Zimbabué (mais 1.361%), Moçambique (1.207%), Namíbia (mais 681%) e Lesoto (mais 219%).

Estados Unidos são o país mais afectado

A pandemia da covid-19 já fez pelo menos 5.270.700 mortos em todo o mundo desde que foi notificado o primeiro caso na China no final de 2019, segundo o balanço diário da agência ‘France-Presse’ (AFP).

Mais de 266.541.050 infecções com o vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença da covid-19, foram diagnosticadas oficialmente no mesmo período, segundo o balanço da AFP, feito hoje, quarta-feira, com base em fontes oficiais.

Só na terça-feira foram registadas mais 8.780 mortes e 697.766 infecções em todo o mundo.

Os países que nas últimas 24 horas notificaram mais mortes foram os Estados Unidos (1.735), a Rússia (1.179) e a Polónia (591).

Os Estados Unidos são o país mais afectado pela pandemia, tanto em número de mortes como de infecções, com 791.514 óbitos e 49.389.503 casos, segundo os dados recolhidos pela universidade norte-americana Johns Hopkins.

Seguem-se Brasil (616.018 mortos e 22.157.726 casos), Índia (473.952 mortos e 34.656.822 de casos), México (295.601 mortos e 3.905.319 casos) e Rússia (284.823 mortes e 9.895.597 casos).

Os países com mais mortes em relação à dimensão das suas populações são Peru (611 óbitos por 100 mil habitantes), Bulgária (418), Bósnia (391), Montenegro (372), Hungria (371), Macedónia do Norte (368) e República Checa (318).

Em termos de regiões do mundo, a Europa totaliza, até à data, 1.553.792 mortes e 87.398.754 infecções; a América Latina e as Caraíbas, 1.545.316 mortes e 46.847.806 infecções; a Ásia, 906.999 mortes e 57.551.212 infecções; Estados Unidos e Canadá, 821.332 mortes e 51.204.007 infecções; África, 224.085 mortes e 8.809.001 infecções; o Médio Oriente, 215.790 mortes e 14.407.594 infeções; a Oceânia, 3.386 mortes e 322.680 infecções.

© Luso-Americano/Agência Lusa