PARA FILHA DE EMIGRANTES DE VISEU, CABE AOS JOVENS GARANTIR A CONTINUIDADE DA PRESENÇA PORTUGUESA NOS EUA

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Carla Rodrigues teve uma infância tipicamente luso-americana. Apesar de ter já nascido na cidade de Elizabeth, em New Jersey, em sua casa, os pais, emigrantes ambos de Viseu, “faziam-nos falar português e conviver com as nossas tradições” – conta a luso-descendente, que cresceu entre Elizabeth e Hillside, onde fez o liceu.

O exemplo de família fez com que desde cedo arranjasse tempo e vontade para se envolver na vida associativa e comunitária: “Fiz parte do Lions, dos Leos, da comissão organizadora dos festejos do Dia de Portugal e também já tive cargos de direcção no PISC, nomeadamente como tesoureira e membro do Conselho Fiscal”, conta.

Na óptica de Carla Rodrigues, “é importante este trabalho de continuidade e cabe a nós, as gerações mais jovens, assumi-lo. De outra maneira, tudo isto que os nossos pais e avós foram construindo com tanto sacrifício tende a ir desaparecendo e perdendo força”, alerta.

A proximidade com a vida portuguesa não impediu que fizesse carreira académica – formou-se na área de recursos humanos na Rutgers University – e profissional (hoje está ligada a uma grande farmacêutica).

Em 2008, resolveu aceitar o desafio de passar a directora da Escola ‘Amadeu Correia’, agregado ao PISC, onde, aliás, “fiz os seis anos de escolaridade porque na altura ainda não ía até ao 9.º ano.”

A escola de herança tem um palmarés de 86 anos de dedicação ao ensino, a completar em Dezembro, e deverá arrancar até ao final deste mês com o seu novo ano lectivo e perto de 40 anos nas suas quatro salas de aulas.

A ‘Amadeu Correia’ introduziu em 2019 a pré-primária no seu programa curricular, “para que os alunos mais pequenos possam ter as bases mais elementares do português antes de irem para a 1.ª classe”, explica Carla Rodrigues.

A turma dos mais pequenos está a cargo do ex-aluno Tiago Matos; o restante corpo docente inclui as educadoras Carla da Silva, Linda Pinho e Teresa Pinto.

Em 2019 e 2020, a escola chegou a acolher um número excepcional de 70 alunos, “mas depois A COVID bateu-nos à porta e em Março do ano passado tivemos de fechar. Quando reabrimos em Setembro, só regressaram 40, o que aliás já não foi nada mau”, nota.

A ‘Amadeu Correia’ terá dois dias de aulas por semana, em sistema presencial.

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